quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Em quatro meses 651 presos foram mortos nos cárceres brasileiros, revela presidente da CPI

Brasília - De janeiro a abril deste ano, 651 presos foram mortos em penitenciárias, detenções, delegacias de polícia e outros tipos de prisões, e 13.819 presos conseguiram fugir do sistema carcerário brasileiro. As informações são do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário da Câmara, deputado Neucimar Fraga (PR-ES), dadas em entrevista depois da leitura do relatório preliminar do deputado Domingos Dutra (PT-MA) sobre a morte de 25 presos na cadeia pública de Ponte Nova, em Minas Gerais, carbonizados dentro de uma cela, no dia 23 de agosto passado. A leitura teve que ser interrompida devido ao início da Ordem do Dia no plenário da Câmara.
Depois de duas visitas à cadeia de Ponte Nova, uma subcomissão da CPI ouviu delegados, policiais e detentos para tentar reconstituir o incêndio em uma das 12 celas da cadeia onde estavam os 25 presos que morreram carbonizados.
O deputado Domingos Dutra disse que a única informação confirmada foi o desmentido da perícia técnica de que os presos tivessem sido baleados antes do incêndio.
Ao que tudo indica, de acordo com o relator, os presos de uma cela vizinha teriam sido os responsáveis pelo início do incêndio. “Mas não há certeza porque existe um pacto de silêncio entre policiais e presos sobreviventes, que convivem na cadeia", disse Dutra.
A falta de sobreviventes da cela incendiada, segundo ainda o relator, vem dificultando as investigações sobre o crime.A votação do relatório parcial será completada na quinta-feira (6), a partir das 10 horas.
O deputados aprovaram requerimentos, a maioria do próprio relator, para depoimento do ex-governador e ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro Nilo Batista; do ex-secretário nacional de Segurança Pública Luiz Eduardo Soares, e dos ex-deputados Luiz Eduardo Greenhalgh, Luiz Antonio Fleury e Moroni Torgan.

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