Brasília - Episódios recentes de violações de Direitos Humanos, como o caso da menina presa em uma cela masculina no Pará, são reflexo de três séculos de escravidão e de duas ditaduras violentas vivenciadas pelo país no século 20. A avaliação é do ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, que participou hoje (11) da cerimônia de entrega do Prêmio Direitos Humanos 2007, no Palácio do Planalto.
“Eles [os episódios de violação de direitos humanos] são a herança dessa tradição secular e a demonstração para todas as autoridades públicas de que as nossas políticas precisam sempre avançar mais”, disse Vannuchi.
Vannuchi disse que o importante nesses casos é agir imediatamente. E também ressaltou que o Judiciário tem sido chamado a tomar uma atitude que não houve no caso do Pará.
Durante a premiação, também esteve presente o vice-presidente José Alencar. Ele ressaltou que os Direitos Humanos são dever de todo cidadão, do governo e da sociedade.
“É nossa obrigação, pelo bem da sociedade, o respeito e a vigilância dos preceitos que englobam a liberdade e a igualdade de direitos, fundamentais ao progresso social e ao desenvolvimento da nação”, destacou Alencar
Cristina Buarque é a responsável pela Secretaria Especial da Mulher de Pernambuco e veio receber o prêmio na categoria Igualdade de Gênero pela implementação do Programa Chapéu de Palha. Segundo ela, o projeto, desenvolvido na zona da mata pernambucana, foi realizado durante três meses com aulas regulares para as mulheres. Entre os assuntos abordados nas aulas: a palha da cana, os direitos humanos, como acessar os direitos e a construção de uma rede de mulheres trabalhadoras rurais na formação de políticas públicas.
“Para nós esse prêmio representa a possibilidade de dar maior visibilidade a essas mulheres e, a partir daí, desenvolver uma série de programas para elas”, destacou a secretária.
Míriam Assumpção e Lima, tenente-coronel da Polícia Militar de Minas Gerais, venceu na categoria Enfrentamento à Violência. Ela disse que seu projeto, que busca aproximar os militares e os jovens menos favorecidos, surgiu quando comandava áreas de periferia. “A resistência dos jovens e das pessoas à polícia é muito grande e eu entendia que a gente só pode trabalhar a polícia e a comunidade se houver uma confiança entre as duas”, explicou.
Segundo a tenente-coronel, o projeto cresceu tanto que agora já atua em duas frentes. Uma delas, por meio da música, na qual policiais levam cultura aos jovens. A outra é com adolescentes que cumprem medidas sócio-educativas, a partir da criação de emprego e renda com a abertura de pizzarias de entrega a domicílio.
Míriam diz que a renda é a melhor perspectiva para esses jovens. “É uma mudança de visão do mundo. Eles passam a ver um mundo que tem outras oportunidades, um mundo em que eles podem construir projetos de vida.”
O Dia Internacional dos Direitos Humanos foi comemorado ontem (10). A data celebra a adoção, em 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU), da Declaração Universal dos Direitos Humanos
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